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Adeus, ‘César Wanderley! César Wanderley! César Wanderley!’

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Manaus/AM – Taí coisa que jornalista não gosta no ambiente de trabalho: motivacional, treinamento, autoajuda. Esse negócio de coach, então, nem se fala.

Mas as coisas estavam indo bem, muito bem, no Diário do Amazonas, na virada de 2003 para 2004. A gente havia descoberto e publicado o milagre do bairro Santa Etelvina. 

Essa é aquela história do imóvel comprado pelo então governo Braga por R$ 13,1 milhões. Um mês antes, porém, o terreno custava R$ 400 mil.

Também foi nossa equipe que descobriu que o irmão do governador recebia do Estado um super, mas um supersalário mesmo.

Estávamos batendo de frente com o jornal A Crítica. Era furo atrás de furo. 

Novo Diário do Amazonas

O Diário amadurecia. Saía do amarelo-polícia para o azul-política-poder.

O Cirilo Anunciação, ainda garoto, comandava os ataques ao Braga, que, naquele primeiro ano de governador já mostrava as unhas autoritárias que exibiria nos seus dois mandatos.

Ele chamou para comandar a redação dele o jornalista e sociólogo Wilson Nogueira, maior referência do jornalismo da época, e de hoje, também. Wilson é um teórico e estrategista do setor.

Então, o Nogueira formou o time dele para o Diário do Amazonas. Essa equipe atuara quatro anos antes no Jornal do Commercio e na sucursal da Gazeta Mercantil, em Manaus.

Eu cheguei por lá no início de novembro de 2003. O César Wanderley, depois. Aliás, o César viria a ser presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Amazonas.

O César chegou quando a gente, realmente estava empolgado. Passávamos dia e noite na redação azeitando o novo Diário que iria nascer em março, no aniversário do impresso.

O Wilson e Cirilo haviam conquistado a equipe.

Motivacional

Mas o Cirilo se empolgou. Ele queria todo mundo envolvido, dos jornaleiros aos jornalistas. Então, antes de colocar o novo jornal em circulação, ele contratou o que hoje se chama de coach.

O camarada veio. E arrebentou no encontro com alguns setores da empresa! O pessoal da impressão, do telemarketing, saiu de lá irradiante.

Mas, no dia que o público do coach seriam os jornalistas, a situação mudou. Na véspera, quase havia uma rebelião na redação. Os jornalistas (e eram muitos, só para vocês terem ideia, a minha editoria, Cidades, tinha 16 jornalistas) se recusavam à autoajuda.

Apesar disso, foram. Todos, inclusive minha prima Elaíze Farias.

A empresa não teria razão para se queixar da redação. O setor lotou o auditório do CDL-Manaus.

Mas o palestrante mexeu naquilo que não devia. Queria que todo mundo, um a um, se levantasse e gritasse o nome. Pô, tem jornalista que entra e saiu de uma redação sem dar uma palavra. Não gosta de falar, interagir. E daí?

E assim foi. A Elaíze colocou seu cabelão para lhe cobrir o rosto, mas, na sua vez, se apresentou.

O César Wanderley sentava à primeira fileira do auditório. Como as apresentações viriam de trás para a frente, o César seria um dos últimos.

E assim foi. O coach mexeu com o César. Ele se apresentou, mas atrás não dava para compreender. O coach pediu que ele falasse mais alto. Nosso amigo, prontamente elevou a voz, mas sem decibés suficientes para alcançar o fundão.

Ele era assim mesmo. Era um homem alto, forte, mas tinha a voz, aguda, firme, suave e baixa.

Foi, então, que na terceira vez, o coach disse:

“César Wanderley, levante a sua mão e grite mais alto: ‘César Wanderley! César Wanderley! César Wanderley’”.

O auditório, então, veio abaixo em gargalhada!

Sobre o César

César Augusto Monteiro Wanderley morreu neste domingo, 28. Ele tinha 61 anos. Faria 62 em junho. Ele lutava contra um câncer na cabeça.

O jornalista era servidor público do município, lotado na Semef. No entanto, sua trajetória profissional se destaca na comunicação social.

Ele era um jornalista militante, ativista. Além do presidente do Sindicato dos Jornalistas por mais de seis anos, ele presidiu também a Cooperativa de Comunicação do Amazonas por mais de uma década.

Na imprensa, atuou nos jornais A Crítica, Diário do Amazonas e Commercio.

Adeus, César Wanderley! César Wanderley! César Wanderley!

Velório e sepultamento

Velório: Funerária Canaã, rua Major Gabriel

Enterro: 15h30 – Cemitério Nossa Senhora Aparecida (Tarumã)

SOLIDARIEDADE

NOTA DE PESAR

Expressamos nosso grande pesar pelo falecimento do companheiro e jornalista César Wanderley.
César foi dirigente sindical, militante do Partido dos Trabalhadores e pessoa comprometida com um mundo melhor.
Queremos nos solidarizar com a família, amigos, amigas, colegas, enlutados com a sua perda.
César Wanderley, presente!

Com informações do site BNC

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