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Aos 14 anos, atleta do Jiu-Jitsu Ricardo Yoshito brilha nos pódios internacionais

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Manaus (AM) – Fenômeno no Jiu-jitsu amazonense com apenas 14 anos, o lutador Ricardo Yoshito Kavati Amaral é considerado um prodígio por especialistas do esporte. Oriundo da academia White House School Brazilian, localizada no bairro Aleixo, e atualmente atleta da uma das maiores academias do mundo, a Art Of Jiu-Jitsu (AOJ), Yoshito representa o Amazonas ocupando os pódios brasileiros e internacionais.

Apaixonado por Jiu-jitsu desde os 6 anos de idade, o lutador ressalta que a paixão pela modalidade foi à primeira vista. Praticante de outras modalidades voltadas para as artes marciais, Ricardo Yoshito comentou que o que mais o encantou foi a modalidade, conhecida como o “ jogo de xadrez humano”, por ser considerada uma arte marcial que trabalha com o raciocínio.

“Treinei Jiu-jitsu há muito tempo. Acho que o Jiu-jitsu foi um método de ensino que eu tive desde pequeno. Então, sempre fui apaixonado pelo esporte, inclusive já pratiquei outros, mas, o que mais me encantou foi o Jiu-jitsu”, ressaltou.

Empenhado desde cedo, Yoshito cursa o 9° ano do Ensino Fundamental e concilia os estudos com a prática esportiva. Seguindo uma rotina digna dos grandes lutadores, o atleta destaca a importância de focar no aprendizado e não apenas na parte física.

Atleta Ricardo Yoshito – foto: Marcos Holanda/Em Tempo

“Quando estou com algum foco eu acordo muito cedo para fazer a minha preparação mental e depois venho treinar na Academia. Faço vários treinos, depois passo toda a tarde na escola e a noite volto para treinar mais um pouco. Acho que é muito importante seguir uma rotina. Acredito que precisamos trabalhar muito bem a mente e não apenas focar no corpo. É muito importante conciliar os treinos com o estudo. Pretendo fazer medicina do esporte e vai casar muito com o Jiu-jitsu”, destacou.

De acordo com o atleta, o momento que mais o marcou até agora foi a conquista do ouro no Campeonato Mundial de Jiu-jítsu de Abu Dhabi para atletas da classe Juventude (4 a 17 anos). Yoshito competiu na faixa laranja e verde, categoria até 45 kg, e representou as academias White House School Brazilian Jiu-Jítsu (Manaus) e a Al Wahda Club Jiu-Jìtsu Academy (Emirados Árabes). A final foi contra um representante do Cazaquistão.

O campeonato organizado pelos sheiks árabes reuniu as promessas do esporte das mais diferentes nacionalidades e movimentou a famosa Jiu Jitsu Arena, localizada na capital das lutas dos Emirados Árabes Unidos. Para o atleta, a partir daquele momento, decidiu que ser atleta de Jiu-jitsu era o que queria para a própria vida.

“A partir dessa competição, abri a minha mente, comecei a focar mais na luta e decidi que era isso que eu queria para a minha vida. A experiência desse Mundial foi muito boa, lá eles recebem muito investimento e é um esporte muito respeitado. Eles decidiram investir, tem uma arena e talvez até façam o Jiu-jitsu ser um esporte Olímpico”, disse.

Nesta semana, o atleta retornou de uma viagem aos Estados Unidos, onde participou Pan-Americano Kids, promovido pela International Brazilian Jiu-Jitsu Federation (IBJJF) e conquistou a vitória nos quatro campeonatos em que participou.

 

Atleta Ricardo Yoshito recebendo a medalha de ouro no Pan-Americano Kids – foto: reprodução/acervo pessoal

“Participei de quatro campeonatos e me consagrei campeão em todos eles. Consegui realizar um sonho que era ser campeão do Pan Kids, que é o maior evento voltado para crianças do planeta Terra. Então, isso com certeza vai agregar muito no meu currículo para pegar patrocínios e hoje estou recebendo muito apoio para seguir nessa caminhada. Isso foi muito importante”, finalizou.

Inspiração para o pai

Inspiração para o pai Ricardo Amaral, 44, que pesando 120 quilos, foi incentivado direta e constantemente pelo próprio filho a retornar para a prática da “arte suave”. Um dos fundadores da academia White House School Brazilian, ressalta ainda que o incentivo para que o filho se tornasse um atleta sempre veio da sua parte e da esposa, a cirurgiã-dentista Melissa Kavati Amaral.

“Eu e a minha esposa sempre acreditamos na ferramenta Jiu-jitsu como uma forma de educar e, em um certo momento, ele percebeu que o pai também já lutou. Ele começou a me estimular, a falar que queria me ver lutando novamente. Entrei em uma equipe, comecei a treinar, e assim voltei a ser professor da modalidade”, evidenciou.

Médico do esporte e da família, preparador mental de atletas e ainda professor universitário de residência médica e de Jiu-jítsu, Ricardo Amaral enxerga o esporte como uma ferramenta educativa e não poupa palavras para falar sobre o orgulho que sente pelo filho.

“É difícil até encontrar palavras para descrever o que eu sinto. É muito complexo você conseguir fazer uma criança tão bem como ele vem performando e isso é feito por várias pessoas que se juntam, se apaixonam por algo e acreditam. Nós entramos na modalidade com ele para auxiliar na educação, apoiá-lo na escola e até mesmo na vida pessoal. Assim ele foi se encontrando”, destacou.

Atleta Ricardo Yoshito ao lado do pai, RIcardo Amaral – foto: Marcos Holanda/Em Tempo
Atleta Ricardo Yoshito ao lado do pai, RIcardo Amaral – foto: Marcos Holanda/Em Tempo
Atleta Ricardo Yoshito ao lado do pai, RIcardo Amaral – foto: Marcos Holanda/Em Tempo

Por ser médico da área esportiva, o pai é o principal aliado de Yoshito na construção de uma melhor rotina no esporte. O professor de Jiu-jitsu destaca ainda a importância da equipe que trabalha no melhor desenvolvimento do filho na modalidade.

“Quando vamos para fora, temos que estudar bastante a questão do fuso horário por causa da questão jet-lag. Fazemos uma preparação para que ele possa performar aproximadamente no horário em que vai lutar. Analisamos os adversários, as academias em que eles lutam, a questão técnica, tática e mental. O Ricardo é apenas a ponta do iceberg pois tem uma base gigantesca de pessoas que trabalham na preparação dele”, disse.

Por fim, Ricardo Amaral salienta ainda a necessidade de uma maior valorização do Jiu-jitsu no Amazonas por parte do poder público e também dos próprios amazonenses.

“Infelizmente, nós amazonenses não entendemos ainda que o esporte do nosso Estado é o Jiu-jitsu e que o nacional é o futebol. Nós temos que dar mais valor para esse esporte, precisamos sim entender que somos uma grande potência e o Campeonato Amazonense é, muitas vezes, mais difícil que os que lutamos a nível nacional o no exterior. Deveríamos dar mais valor e ter mais cuidado com essa arte marcial, pois os amazonenses são conhecidos mundialmente por esse esporte”, concluiu.

 

 

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