Mykhailo Podolyak, conselheiro presidencial da Ucrânia, defendeu, esta quinta-feira (1º), que o conflito na Ucrânia é “uma guerra entre as forças do bem e do mal absoluto”, ideia espelhada numa fotografia que compartilhou e que mostra o avô da criança de nove anos, que morreu hoje num ataque com mísseis, em Kyiv, junto ao corpo.

“Uma foto difícil de ver. Mas é necessário. E de novo. E de novo, e de novo”, começou escrevendo Podolyak na legenda da imagem divulgada no Twitter, explicando que a mesma mostra um avô junto ao “corpo de uma menina de 9 anos” que morreu, além de outros duas pessoas, na sequência de um ataque noturno à capital ucraniana.

“Testemunhas oculares disseram que o homem estava agachado sobre o corpo da sua neta até que um de seus vizinhos lhe trouxe uma cadeira. Ele não pode afastar-se. Ele não consegue entender. Ele não consegue respirar. Ele perdeu a vida”, lamentou, frisando que este foi “o décimo nono ataque terrorista russo à capital ucraniana desde o início de maio”.

Para o responsável ucraniano, este é mais um “lembrete” de que “o ‘mundo russo’ não traz nada além de morte e destruição”.

“Esta não é uma guerra por território ou interesses geopolíticos. Esta é uma guerra entre as forças do bem e do mal absoluto, onde a linha divisória entre os dois mundos está na fronteira da Ucrânia. Está tudo muito claro. Tudo está registRado nesta foto horrível”, escreveu.

“O bem deve prevalecer, as forças do mal devem ser punidas e a humanidade deve tirar conclusões. Caso contrário, o mundo moderno, com todos os seus valores humanísticos, ficará sob controlo”, defendeu, destacando que restará a “cadeira vazia de um futuro perdido”.

Por tudo isto, Podolyak reitera que “a Rússia deve perder” a guerra e volta a pedir mais armamento para a Ucrânia, defendendo ainda que o presidente russo e outros representantes do seu regime deveriam ser julgados pelos crimes que têm cometido.

“A Ucrânia deve receber imediatamente todas as armas. Putin/Lavrov e outros representantes do regime russo não deveriam estar a promover a violência ‘estufando’ as suas bochechas à frente das câmaras de TV, mas sentados no banco apropriado em Haia”, rematou.

De realçar que, estre as vítimas mortais, segundo a imprensa internacional, está também a mãe da criança. Ambas estavam a caminho de um abrigo no distrito de Desnyan, em Kyiv, quando foram atingidas por destroços.

Imagens captadas pelas agências internacionais – que pode ver na fotogaleria acima – mostram a situação que Podolyak destacou, mas também o momento em que uma mulher, avó da criança, reconhece os corpos da neta e da filha. Alertamos para a violência das imagens em questão.

Destaca-se que se celebra, esta quinta-feira, 1 de junho, o Dia Mundial da Criança. Desde o início da guerra, segundo as autoridades ucranianas, 484 crianças morreram.