O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) disponibilizou para divulgação os indicadores da economia amazonense referentes ao mês de março de 2025, através da nota técnica nº 40, sobre o Painel da Economia Amazonense (PEA). Os dados têm como base o Índice de Atividade Econômica Regional – Amazonas (IBCR-AM), publicado mensalmente pelo Banco Central do Brasil como estimador da atividade econômica regional, além de informações de outros órgãos ligados aos setores econômicos do país. A partir dessas fontes, os números são avaliados pela Área de Indicadores da entidade, que realiza uma análise minuciosa dos resultados do Polo Industrial de Manaus (PIM).
A avaliação técnica abrange os três principais setores da economia amazonense: indústria, comércio e serviços. No setor industrial, há também a divisão entre indústria de transformação e indústria extrativista, que no Amazonas é baseada na exploração de petróleo e gás. Nesses setores, foi possível detectar aumento da produção de petróleo e gás, crescimento nos fluxos dos serviços logísticos, portos e aeroportos. O destaque maior foi para o comércio, que registrou forte incremento, impulsionado pelos repetidos ganhos de empregabilidade no PIM.
A análise comprova que a economia amazonense cresceu novamente em março, consolidando um excelente primeiro trimestre de 2025, com o índice do volume de produção 10,18 pontos percentuais acima da média registrada em 2022. O primeiro trimestre de 2025 apresentou crescimento acumulado de 4,6%.
“O desempenho da indústria no mês de março trouxe novos ganhos surpreendentes. Desta vez, os maiores aumentos de faturamento e produção ocorreram no setor de Eletroeletrônicos, com destaque para a produção de TVs, e no setor de Bens de Informática, especialmente na fabricação de placas de circuito impresso, aproveitando as vantagens tributárias dos bens intermediários”, explica André Ricardo Costa, coordenador da Área de Indicadores do CIEAM, doutor em Administração pela Universidade de São Paulo (USP) e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).
Destaques
Um dos pontos responsáveis pelo impulsionamento do setor foi a indústria extrativista, que registrou aumento de 9% no índice de produção física, embora o volume total ainda permaneça inferior à média de 2022. O setor de Bebidas teve o maior crescimento na produção física, com alta de 9,13%, e aumento de faturamento de 19%, conforme dados da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Entre os principais produtos do PIM, comparando o acumulado do 1º trimestre de 2025 com o mesmo período de 2024, seguem como destaques positivos a produção de motocicletas e de aparelhos de ar-condicionado. No segmento de eletrônicos, merece menção a recuperação da produção de TVs, impulsionada pela disseminação de tecnologias como o 4K.
Empregos e Importações
De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), houve novos ganhos até o mês de abril, renovando pela terceira vez consecutiva o recorde no estoque total de empregos formais, com 562 mil vínculos. O destaque foi a Indústria de Transformação, com acréscimo de 1.135 vínculos, totalizando 132.233 empregos formais, aproximando-se do recorde histórico de 138 mil, registrado em novembro de 2013. Os subsetores de destaque foram Duas Rodas, com acréscimo de 211 empregos, e o Naval, com mais 146. Juntos, os setores de Bens de Informática e Eletroeletrônicos adicionaram 291 novos vínculos.
Os números das importações, também atualizados até abril, mostram uma trajetória crescente na produção e no faturamento do PIM para os próximos meses. As importações registraram valor total de US$ 1,37 bilhão, sendo 15% superior a março e 8,7% superior a abril de 2024. Os setores mais promissores foram o Termoplástico e o Eletrônico, com novo aumento na produção de TVs.
“Há dois dados objetivos que mostram a continuidade do crescimento para os próximos meses: o das importações, que registrou forte avanço em abril, com destaque para os insumos destinados à montagem de TVs; e os dados de empregos, em que se sobressaíram os setores de Bens de Informática e Eletroeletrônicos, além dos segmentos de Duas Rodas e Naval”, avalia André Ricardo Costa.
Confiança da Indústria
Também foram medidos dados de acordo com a Enquete de Confiança da Indústria (ICEI-AM), realizada com empresários e executivos industriais associados ao CIEAM, para comparação com o indicador calculado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em nível nacional. O resultado desta edição — índice de 60,98 — mostra que o industrial amazonense voltou a expressar um nível de confiança maior que o da indústria nacional, cujo índice ficou em 48,06, ainda na zona de pessimismo.
O movimento acompanha a persistência nos ganhos de excedente de renda da população brasileira e a conquista de novos mercados para o PIM. “São dados que revelam a confiança e o otimismo dos empresários e executivos industriais amazonenses no PIM. O índice de confiança do industrial amazonense persiste em nível elevado, bem superior às contrapartes do restante do Brasil, indicando que a produção, os investimentos e a empregabilidade da indústria amazonense devem continuar elevados”, finalizou o coordenador.
