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Grande Rio quer ganhar público do Sambódromo com encantarias do Pará

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A história que a escola de samba Acadêmicos do Grande Rio vai mostrar este ano, na Marquês de Sapucaí, foi transmitida de geração a geração nos terreiros de tambor de Mina da Amazônia paraense. Tudo começa com a chegada de três princesas turcas à Amazônia, em busca de cura.

“É uma história de matriz oral que narra a saga de três princesas turcas que se encantaram em alto mar, atravessaram o espelho do encante, não experienciaram a morte e se tornaram entidades encantadas. Elas aportam em território brasileiro e se ‘ajuremam‘ no coração da floresta, ou seja, experienciam os ritos da Jurema Sagrada [religião que mistura elementos afros e indígenas], transformando-se em animais de poder”, disse o carnavalesco Leonardo Bora, em entrevista à Agência Brasil,.

Junto com Gabriel Haddad, mais uma vez à frente da escola verde, branco e vermelho, de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, Bora falou sobre a importância das princesas no enredo Pororocas Parawaras: as águas dos meus encantos nas contas dos curimbós, tema da escola neste ano.

“As princesas  são as protagonistas da Mina paraense. São as entidades mais queridas do Tambor de Mina do Pará e celebradas, reverenciadas pelos carimbós.São as protagonistas da Mina paraense. as entidades mais queridas do Tambor de Mina do Pará, celebradas e reverenciadas pelos carimbós. Por mestres como Dona Onete, cuja música Quatro Contas é a espinha do enredo, o que conduz poeticamente a nossa narrativa, já que nessa composição, Dona Onete saúda as três belas turcas como suas protetoras e também a cabocla Jurema”, completou.

Enredo

O enredo é dividido em cinco setores. O primeiro, que é a abertura do desfile, começa em meia viagem, já no oceano.

“É o processo de encantamento das princesas, o atravessamento do espelho do encante. A travessia encantada como o samba de enredo canta. O segundo setor é a chegada da energia ao Brasil. A gente canta a ideia de barreira do mar, como a própria Dona Onete menciona em Quatro Contas, que é o encontro das águas da Amazônia com as águas oceânicas.”

As princesas são saudadas como as pororocas, porque elas protegem a floresta. As pororocas são as ondas gigantes que quebravam as embarcações dos invasores. “Neste setor, a gente mostra o encontro dessa energia com a energia das civilizações extraordinárias que habitaram o solo parawara, como a civilização marajoara. A força que vem do barro e brota da argila que também é água. O samba canta Quem é de barro, no igapó, é Caruana. É isso que o segundo setor mostra”, comentou.

Ao entrar no coração da floresta, o terceiro setor vai mostrar a aproximação das princesas com a cultura da Jurema Sagrada e a conexão delas com outros seres encantados e fantásticos que habitam o imaginário ribeirinho das matas da Amazônia. “É o setor do boto, boiuna, entidades que também são saudadas no nosso samba de enredo e na transformação das princesas em animais de poder: a arara cantadeira, a onça, a jiboia e a borboleta azul.

No quarto setor, a escola vai mostrar a formação da Mina Paraense, um complexo religioso, segundo o carnavalesco, que une influências religiosas muito diversas. “É o setor que a gente saúda no refrão de cabeça do samba: É força de Caboclo, Vodun e Orixá. A gente utilizou bastante para a concepção os diálogos do tambor de Mina Dois Irmãos, que é o mais antigo do Pará, localizado em Belém”, afirmou.

A Grande Rio vai encerrar o desfile mostrando como a história se transforma em carimbó. “Contamos o destino das princesas, celebramos os curimbós, que são os tambores que dão ritmo ao carimbó. No nosso entendimento, eles são a voz dos encantados guiados pela melodia de Quatro Contas., essa mistura de doutrina de santo com o carimbó da dona Onete. Vamos mostrar como mestres e mestras saúdam esse imaginário com uma grande festa, um banho de cheiro, um grande carnaval sobre as águas da Amazônia, águas de Nazaré como Dona Onete canta”, concluiu.

Com informações de Agência Brasil.

 

 

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