Imagens de satélite da Agência Nacional de Aeronáutica e Espaço (Nasa) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram nesta segunda-feira (12) o Amazonas (AM) coberto por uma extensa nuvem de fumaça. De acordo com a plataforma Terra Brasilis do Inpe, a região sul do estado concentra maior parte dos focos de queimadas.
De acordo com a plataforma do Inpe de janeiro até esse domingo (11), o AM registrou 7.950 focos de queimadas, número que coloca o estado na terceira posição dos estados brasileiros com altos registros de queimadas. Em primeiro lugar está o Mato Grosso (13.991) e o Para (9.931). Dos mais de sete mil focos detectados no AM, 2.607 foram registrados nos municípios de Apuí e 1.369 em Lábrea em sete meses.
No último fim de semana, Manaus registrou intensa fumaça. A plataforma Selva classificou a qualidade do ar manauara no sábado (10) registrou níveis “péssimo” que variaram ao longo dia entre 133,7 PM 2.5 e 165.4 PM 2.5. Já no domingo (11) na capital continuou com o ar considerado “péssimo”, com taxas entre 126.3 PM 2.5 e 113.2 PM 2.5.
Aumento
No comparativo com o ano passado, o AM já registra um aumento de 135% nos focos de queimadas, segundo dados do INPE. Em 2023, foram 3.383 queimadas registradas ao longo do ano, ou seja, nos primeiros sete meses deste ano o estado já ultrapassou o número de queimadas do ano passado. Em 2014, o AM registrou 843 focos de queimadas e em dez anos saltou para 7.950, um aumento percentual de 843%.
Focos de calor
Foco de calor é qualquer temperatura registrada acima de 47 graus celsius “e não necessariamente é um foco de incêndio ou queimada”, explicou o Inpe. Segundo consta no Panorama de Calor no Amazonas, em sete meses, o estado já registrou 50.221 focos de calor. O ranking de municípios com mais registros de foco de calor são: Apuí (2.607), Lábrea (1.396), Novo Aripuanã (776), Manicoré (671) e Humaitá (454).
Destaque Internacional
O site Earth Observatory, da NASA, publicou nesta segunda-feira (12) um artigo com uma imagem de satélite da divisa do estado do Amazonas e do Para. A foto feita no dia 4 de fevereiro pela Nasa mostra o município de Apuí e as fumaças oriunda de queimadas. Intitulado “Fires Rage Along Brazil’s Deforestation Frontier”, o artigo afirma “incêndios atingiram níveis anormalmente altos nas florestas tropicais da Bacia do Rio Amazonas”.
“Uma densa fumaça estava presente na região de Apuí, no Amazonas, e ao longo da rodovia BR-163, no sul do Pará. Plumas triangulares fluíam de áreas de desmatamento recente — geralmente adjacentes a estradas secundárias da rodovia principal que criam um ‘padrão espinha de peixe’ de terra limpa quando visto de cima. As terras desmatadas nesta área são geralmente usadas para pecuária e produção agrícola”, consta na analise do artigo do Earth Observatory.
A Nasa ainda afirma que a queimada é resultado da ação humana. “As pessoas acendem incêndios de desmatamento durante a estação seca para remover árvores, galhos e tocos secos, que sobraram após o uso de escavadeiras e outros equipamentos para limpar a terra durante os meses mais chuvosos”.
Consultados pelo Earth Observatory, cientistas da World Weather Attribution analisaram a seca do rio Amazonas. “A seca também é severa porque o aquecimento global causado pelo homem adicionou calor extra à região e ajudou a criar condições onde os incêndios podem florescer e se espalhar rapidamente”, consta no artigo.
Com informações do portal A crítica