Nos últimos 37 anos, Manaus foi a capital do país que registrou o maior crescimento de áreas ocupadas por favelas, totalizando um território equivalente a cerca de 10 mil campos de futebol, até 2021. Os dados são de um estudo realizado pelo MapBiomas, divulgado nesta sexta-feira (4).
De acordo com o levantamento, feito a partir da análise de imagens de satélite captadas entre 1985 e 2021, atrás de Manaus (9.549 hectares) aparecem São Paulo (5.579 hectares), Belém (5.450 hectares), Rio de Janeiro (5.038 hectares) e Salvador (4.793 hectares) no ranking das cinco capitais que registraram os maiores crescimentos de ocupações irregulares.
De forma geral, a Amazônia lidera o percentual de crescimento das ocupações informais do território: 29,3% do crescimento urbano nesse bioma foi em áreas informais. A região norte possui 13 das 20 cidades com maior proporção de crescimento, com Belém entre as cinco primeiras da lista.
As imagens de satélite permitiram identificar que a ocupação urbana como um todo em áreas de risco aumentou três vezes entre 1985 e 2021. Em áreas informais esse avanço foi ainda maior: 3,4 vezes. De cada 100 hectares de favela, 15 foram construídos em áreas de risco.
Amazonas lidera porcentagem de áreas com favela no país
No ano passado, o MapBioma já havia apontado que o Amazonas é o estado com maior porcentagem de ocupações informais do país, liderando com 45%. Em seguida, vem o Amapá com 22%, o Pará com 14%, e o Acre com pouco mais de 12%.
Entre as capitais, Belém fica em primeiro lugar em relação à expansão de favelas. Mais da metade do território é ocupado por elas, um total de 51,77%. Manaus vem em seguida, com 47, 84%.
O que se espera com esse estudo é mostrar como as cidades evoluíram, saibam e conheçam o quanto cresceu. A análise temporal das áreas ocupadas informalmente no país mostra que elas são mais sensíveis às políticas econômicas e sociais, crescendo mais em períodos de retração do PIB.