Medidas unilaterais bem como as taxas comerciais impostas pelo presidente americano, Donald Trump, não são boas para economia global, disse na terça-feira (11) Fernando Haddad, o ministro da Fazenda. Conforme ele, o impacto sobre a economia das tarifas sobre a economia nacional ainda está sendo avaliada para decidir se haverá ou não a resposta para taxação em 25% do aço e alumínio importados pelos Estados Unidos.
“A avaliação é de que medidas unilaterais desse tipo são contraproducentes para a melhoria da economia global. A economia global perde com isso, com essa retração, a desglobalização que está acontecendo. Isso não significa defender a velha globalização que trouxe outros desequilíbrios, mas defender um tipo de globalização sustentável do ponto de vista social, do ponto de vista ambiental”, disse Haddad.
O ministro informou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (Mdic) está organizando as informações sobre a decisão do governante americano. Segundo o Haddad, os números sobre o imapcto na economia brasileira vão ser levados ao presidente Lula para que o mesmo tome uma decisão.
Lembrando que a tarifa sobre o aço e o alumínio não afetam apenas o Brasil, Haddad fala que existem alternativas para o governo brasileiro negociar, com base nas diretrizes do G20 (grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana).
“Não é uma decisão contra o Brasil. [A sobretaxação do aço e do alumínio] é uma coisa genérica para todo mundo. Então, observamos as reações do México, do Canadá, da China a esse respeito”, declarou Haddad. “Na linha do que nós propusemos no G20, estamos imaginando voltar para a mesa de negociação com propostas nessa direção. Acho que há espaço então para negociar.”
Haddad comenta que o Itamaraty também participa dos debates e que até agora, não existem avaliações sobre os impactos na economia do Brasil. Sobre as reações das indústrias de alumínio e de aço, o ministro informa que deve se reunir com os setores afetados pelo tarifaço após voltar da viagem que vai fazer ao Oriente Médio, nesta e na próxima semana.
CNI
Através de nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lamenta a decisão de Trump. De acordo com a entidade, a ação atinge diretamente a indústria do Brasil que é a quarta que mais exporta ferro e aço aos EUA, 54% das vendas externas dos dois produtos.
A confederação ressalta que o Brasil não ameaça comercialmente os Estados Unidos “A balança comercial entre os países é, desde 2008, favorável aos americanos, ao contrário do que ocorre entre os EUA e Canadá, China e México. Em 2024, o Brasil exportou US$ 40,4 bilhões e importou US$ 40,7 bilhões”, prosseguiu o comunicado.
A CNI disse que buscará diálogo e vai negociar alternativas para reverter a elevação das tarifas.“O caminho do diálogo, portanto, é preferencial a medidas de retaliação que podem prejudicar outros setores produtivos cuja importação de produtos norte-americanos seja importante para a produção brasileira”, destaca o presidente da CNI, Ricardo Alban.
Com as informações e foto de Agência Brasil.