Exatamente às 23h47 desta segunda-feira (3), segunda noite de desfiles do Grupo Especial do carnaval carioca, o público do sambódromo da Marquês de Sapucaí ouviu o tradicional: “Olha a Beija-Flor aí, gente! Chora cavaco”.
O grito de guerra de Neguinho da Beija-Flor, intérprete da escola de samba de Nilópolis, na região metropolitana do Rio, marcava o último desfile oficial dele em disputa por um título para a agremiação da qual foi a voz dos sambas-enredos por 50 anos.
Em 20 de novembro de 2024, ele anunciou que seria o último carnaval: “muito obrigado por esse carinho maravilhoso. Eu não vou falar mais para não me emocionar, se não, não consigo cantar. Só posso dizer muito obrigado!”, declarou pelo alto falante antes de começar o desfile e ser ovacionado pela plateia.
Desfile
A Beija-Flor foi a segunda escola a desfilar e apresentou ao público o enredo Laíla de Todos os Santos, Laíla de Todos os Sambas, uma homenagem ao diretor de carnaval que figura entre as maiores personalidades da agremiação e do carnaval carioca.
Ao fim do desfile de 77 minutos, Neguinho fez questão de colocar o público do carnaval como o grande protagonista da festa.
“Eu costumo dizer que a grande estrela da Mangueira, da Portela, do Salgueiro, do Império, do Vasco, do Flamengo é o público, é a comunidade que os prestigia. A grande estrela da festa”, disse a jornalistas.
Perguntado sobre como será passar um carnaval sem ser a voz da Beija-Flor, disse que ainda não sabe a resposta.