28.3 C
Manaus
InícioGeralPesquisa busca estratégias para produção do óleo essencial de pau-rosa no Amazonas

Pesquisa busca estratégias para produção do óleo essencial de pau-rosa no Amazonas

Publicado em

 

 

 

Uma pesquisa científica desenvolvida no Amazonas busca estratégias para o desenvolvimento da cadeia produtiva do óleo essencial extraído de árvores reconhecidas de pau-rosa (complexo Aniba panurensis) por organizações comunitárias do Estado. O estudo é desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Silvicultura Tropical e Propagação de Plantas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). 

 

De origem amazônica e conhecida internacionalmente pelo aroma do seu óleo essencial, a pesquisa desenvolvida com o pau-rosa conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), por meio do Programa de Apoio à Pesquisa – Universal Amazonas, edital Nº 002/2018, que financia atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do Estado do Amazonas.

 

O coordenador do projeto, doutor em Silvicultura, Paulo de Tarso Barbosa Sampaio, explica que a proposta do estudo é contribuir na organização da cadeia produtiva do óleo essencial extraído de árvores de pau-rosa, com objetivo de revelar o potencial produtivo atual no Estado, e consequentemente auxiliar as organizações comunitárias do interior do Amazonas para o manejo racional e sustentável do pau-rosa, com o beneficiamento e venda do óleo essencial diretamente às empresas interessadas na compra desse produto. “Inúmeras comunidades tradicionais no Amazonas vêm implementando plantios da espécie com a perspectiva de geração de renda. No entanto, a organização para o beneficiamento e comercialização por grupos comunitários é muito incipiente”, explicou Paulo.

 

Para desenvolver a pesquisa o coordenador esclarece que inicialmente será realizado um diagnóstico da cadeia produtiva do pau-rosa no Estado. Com essas informações será possível estimar a capacidade produtiva das organizações comunitárias dos municípios de abrangência do projeto, além de atualizar o mapa de ocorrência e produção. 

 

O pesquisador explica que o pau-rosa é uma árvore da família Lauracea e pode ser encontrada no Brasil, Guiana Francesa, Suriname, Guiana, Venezuela, Peru, Colômbia e Equador. Ele informa que devido à insustentabilidade da exploração, sofrida no século passado para extração de óleo essencial, atualmente a espécie está ameaçada de extinção sendo raramente encontrada em populações naturais. “O óleo essencial obtido da árvore é marcado pelo característico odor doce e amadeirado, muito apreciado pela indústria de perfumaria”, afirmou. 

 

Pesquisa – Segundo o coordenador,  serão estudadas também as características morfológicas e a variação química das variedades de pau-rosa, de diferentes origens, concentradas em plantios tanto de produtores quanto de extrativistas. Considerando um universo amostral de mais de 200 árvores. “Com isto, esperamos revelar informações importantes para a classificação botânica, assim como o perfil químico das plantas reconhecidas como pau-rosa e dos plantios nas distintas regiões de produção, o que poderá impulsionar a cadeia produtiva e aproximar os grupos produtores das empresas consumidoras”, explicou

 

Manejo sustentável

                        

Sampaio explica que a escassez do recurso levou à diminuição drástica da oferta do produto e consequente o aumento da demanda por inúmeras empresas do ramo da perfumaria que desejam utilizar a nobre essência de pau-rosa em suas formulações. Segundo ele, atualmente apenas duas empresas do Amazonas localizadas nos municípios: Maués e Novo Aripuanã comercializam o óleo essencial. “Este cenário tem estimulado o plantio da espécie, muitas vezes fomentado por projetos de pesquisa para obter informações sobre a silvicultura e por Organizações não Governamentais  (ONGs), com o intuito de estimular a geração de renda através do manejo sustentável. Em municípios como Presidente Figueiredo, São Sebastião do Uatumã, Silves, Maués e Parintins há inúmeros plantios de pau-rosa implementados com apoio das organizações comunitárias, porém sem nenhuma organização prévia para as etapas de manejo, beneficiamento e venda”, disse o pesquisador. 

 

No momento o estudo está em fase de planejamento estabelecendo contato com as organizações comunitárias e organizando a próxima etapa, que será a coleta de dados em campo.

 

O coordenador pontuou que a pesquisa será desenvolvida nos municípios da Amazônia Central como: Maués, Silves, Itacoatiara, Parintins, Presidente Figueiredo, Novo Aripuanã, onde antigamente houve intensa exploração predatória de pau-rosa e que atualmente há plantios da espécie vegetal.

 

Para isso serão realizadas entrevistas com todos os atores-chave possíveis nos municípios de abrangência do projeto, incluindo técnicos e extensionistas dos órgãos governamentais e não governamentais, pesquisadores, produtores rurais, antigos donos de usinas e extrativistas.

 

Com isso será possível ter dados antigos e atuais sobre a produção de pau-rosa, além do mapeamento participativo destas áreas. Em alguns locais, os pesquisadores irão até os plantios para georreferenciar e coletar amostras que serão utilizadas para as análises morfológicas, químicas e produtivas. “Acreditamos que a realização deste projeto é de extrema importância para o desenvolvimento do setor produtivo florestal do Estado, com aplicação direta dos resultados por populações tradicionais, organizações comunitárias e empresas interessadas na geração de renda através da produção sustentável do óleo de pau-rosa. A superação dos obstáculos poderá ser determinante para o início da nova fase da cadeia produtiva desta espécie tão emblemática e importante na história do Amazonas”, garantiu.

 

Para entender o manejo

 

O manejo é o uso racional e sustentável dos recursos florestais, seguindo uma série de métodos e técnicas com o objetivo de gerar o menor impacto ecológico possível na sua extração.

 

Os pesquisadores que estudam o pau-rosa vêm recomendando há muitos anos que para extrair o óleo essencial não é preciso derrubar as árvores, pois o óleo obtido da destilação de galhos e folhas também possui um aroma e composição química muito interessante. Assim, o óleo de pau-rosa pode ser extraído através do manejo da copa, pois a espécie apresenta uma alta capacidade de regeneração após a realização de podas.  “Além disto, como existem poucas árvores de pau-rosa atualmente na floresta, recomendamos que a produção de óleo seja realizada através do manejo de plantios, contribuindo desta forma para a conservação deste recurso genético”, finalizou.

 

Notícias recentes

Segunda Parada Natalina da Prefeitura de Manaus encanta milhares de pessoas na Ponta Negra

Dando continuidade à programação do “Natal dos Sonhos – É tempo de sonhar, compartilhar...

Sindarma celebra 150 anos da Capitania Fluvial da Amazônia na Aleam

O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) participou na tarde de...

TCE-AM participa da abertura do Encontro Nacional de Corregedores e Fórum Fundiário Nacional

A presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), conselheira Yara Amazônia Lins, e...

Em áudio, general afirmou que Bolsonaro deu aval para golpe até 31/12

O general da reserva Mário Fernandes (foto), um dos presos na Operação Contragolpe, da...

leia mais

Segunda Parada Natalina da Prefeitura de Manaus encanta milhares de pessoas na Ponta Negra

Dando continuidade à programação do “Natal dos Sonhos – É tempo de sonhar, compartilhar...

Sindarma celebra 150 anos da Capitania Fluvial da Amazônia na Aleam

O Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) participou na tarde de...

TCE-AM participa da abertura do Encontro Nacional de Corregedores e Fórum Fundiário Nacional

A presidente do Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM), conselheira Yara Amazônia Lins, e...