28.3 C
Manaus
InícioBrasilPL prevê castração de capivaras e microchip para prevenir febre maculosa

PL prevê castração de capivaras e microchip para prevenir febre maculosa

Publicado em

Brasil – Um projeto de lei que define estratégias de controle da população de capivaras e prevenção de surtos de febre maculosa e outras doenças no Distrito Federal tramita na Câmara Legislativa (CLDF). O documento propõe a castração de capivaras, marcação de alguns animais do grupo e microchipagem para registrar e catalogar dados relevantes a respeito dos roedores. A medida surge depois que a Secretaria de Saúde notificou 104 casos suspeitos — 62 deles já descartados pela pasta e 42 ainda sob investigação.

De autoria do deputado distrital Ricardo Vale (PT), a proposta foi protocolada em 15 de setembro e encaminhada para as comissões da Casa. A iniciativa precisa ser avaliada no mérito pelas comissões de Educação, Saúde e Cultura; de Assuntos Sociais; e de Economia, Orçamento e Finanças; bem como por meio de análise de admissibilidade na Comissão de Constituição e Justiça.

O texto do projeto afirma que medidas semelhantes foram implementadas na lagoa da Pampulha, em Belo Horizonte (MG), e apresentaram bons resultados, além de informar que Campinas (SP) também pretende adotar estratégias.

No começo deste mês, o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), chegou a dizer que avaliava ações para reduzir o número de espécimes no lago Paranoá. “Sabemos que o nosso lago Paranoá está infestado de capivaras e estamos em estudo com o Ibram [Instituto Brasília Ambiental] para ver o que é possível fazer, para ver se há uma contenção desse número absurdo que nós temos hoje de capivaras à margem do lago”, afirmou.

Caso suspeito

O caso de uma criança que teria sido contaminada no lago Paranoá vem repercutindo nas últimas semanas. O exame deu positivo em um hospital da rede privada de saúde, mas para ser confirmado precisa passar por duas etapas de contraprova, a ser realizadas pela Secretaria de Saúde. Para isso, a pasta realiza duas coletas de exames, com intervalo de duas semanas entre elas, para a avaliação em um laboratório especializado.

Além dos testes, a secretaria enviou equipes de vigilância para a orla do lago, contudo não foram encontrados indícios de risco de transmissão. Em nota, a pasta destaca que o DF “não é uma área endêmica e não possui casos confirmados da doença há 20 anos”.

O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Tanios Nemer, explicou à imprensa o estudo citado por Ibaneis e realizado em parceria entre o órgão e o GDF. “O estudo de 15 meses, que começou no fim de 2021 e durou até o início de 2023, identificou que os bandos são compostos, na maioria, de cinco a 40 indivíduos. Uma das conclusões é que existe 1,5 capivara para cada hectare. A superpopulação não foi configurada”, disse.

Nemer afirmou ser possível realizar um plano de manejo, mas que para isso “é preciso saber primeiro se o plano é necessário, e esse plano de manejo precisa ser supervisionado pelo Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis]”.

Vigilância

Para o doutor em saúde pública e responsável pelo laboratório de parasitologia e doenças parasitárias da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UnB), Gino Chaves da Rocha, a vigilância é o melhor caminho. “A castração é interessante porque não impede o nível hormonal dos animais e o comportamento de bando. Mas é preciso lembrar que a febre maculosa não é endêmica no DF e que não temos a principal bactéria causadora da doença em nossa região (Rickettsia rickettsii)”, destaca o professor.

Rocha afirma que é necessário evitar “medidas drásticas” que causem “desequilíbrio dos animais”. “Retirar um bando significa que outro bando pode substituir aqueles animais. O caminho é a vigilância do ambiente, o controle populacional e campanhas educativas também. Por exemplo, placas em áreas de locais com carrapatos, para a população não fazer piquenique nem deitar na grama, por exemplo”, disse.

O especialista em saúde pública ressalta que a capivara não é uma vilã e que os animais tendem a se autorregular. “Não temos outros predadores naturais deles no DF, mas os próprios bandos lutam pela disponibilidade de alimento e isso acaba, de certo modo, controlando o avanço da população”, pontua.

Audiência pública

Está prevista uma audiência pública na CLDF na quinta-feira (28) para discutir o tema de medidas de contenção dos animais. Também nesta semana acaba o prazo dado pelo Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) à Secretaria de Saúde para apresentar informações sobre o número de casos de febre maculosa registrados na capital e as medidas preventivas com cronograma de ações. O procedimento administrativo foi protocolado pela 4ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural (Prodema), que questionou também se a Saúde montou algum grupo de trabalho para debater o tema.

 

Fonte: R7

Notícias recentes

Novos SUVs híbridos chegam a Manaus, ampliando opções sustentáveis no mercado local

Em 2024, o mercado brasileiro de veículos híbridos e elétricos registrou um aumento de...

Recuperafone: Tia e sobrinho são presos por receptação no bairro Compensa

Duas pessoas responsáveis por uma assistência técnica, no bairro Compensa, zona oeste de Manaus,...

Pejotização tem impacto nefasto sobre arrecadação, afirma governo

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)...

IComp/Ufam abre inscrições para curso gratuito em tecnologias Android para sistemas embarcados em parceria com Motorola

O Instituto de Computação da Universidade Federal do Amazonas (IComp/UFAM) está com inscrições abertas...

leia mais

Novos SUVs híbridos chegam a Manaus, ampliando opções sustentáveis no mercado local

Em 2024, o mercado brasileiro de veículos híbridos e elétricos registrou um aumento de...

Recuperafone: Tia e sobrinho são presos por receptação no bairro Compensa

Duas pessoas responsáveis por uma assistência técnica, no bairro Compensa, zona oeste de Manaus,...

Pejotização tem impacto nefasto sobre arrecadação, afirma governo

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN)...