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Representatividade: Caprichoso apresenta cunhã-poranga indígena em show para turistas

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Assim como no Festival Folclórico de Parintins, o Boi-Bumbá Caprichoso apresenta uma cunhã-poranga verdadeiramente indígena no show para turista na temporada 2023. Ira Maragua, 23 anos, é a bela indígena  que se apresentou nesta segunda-feira, 16, no Parintins Convention Center para 900 turistas norte-americanos.

Foram realizados dois espetáculos nesta segunda-feira (10:30h e 13:30h) com todo o elenco azul e branco como itens individuais, dançarinos, banda, artistas e equipe de apoio. Os dois momentos contaram com a participação cunhã. “É uma honra poder participar do Caprichoso e estar representando um item muito forte que é cunhã-poranga. Ela é uma mulher guerreira que luta. Pra mim é um ato de resistência”, disse Ira.

A cunhã é membro do Corpo de Dança Caprichoso (CDC), foi integrante da Raça Azul e se apresentou no lançamento do tema 2023 do Caprichoso. Para ela, sua participação no show tem uma forte representatividade. “É uma honra estar mostrando pro mundo mais de vinte povos  comigo. Então, é um privilégio enorme além de fortalecer a cultura, além de fortalecer a fala. Eu também estou aqui pra mostrar a resistência dos indígenas, da mulher indígena. Eu trago comigo várias etnias”, declarou.

Cunhã das lutas

Ira Maragua é natural do Alto Rio Negro, do município São Gabriel das Cachoeiras. Artesã, faz grafismo indígena, estuda inglês e é Técnica em Enfermagem. Assim como a cunhã oficial, Marciele Albuquerque, Irá Maragua também é engajada em causas sociais e indígenas. Ela participa ativamente de movimentos indígenas, artesãs e de jovens, como a Marcha das Mulheres Indígenas, em Brasília, quando esteve defendendo seu povo.

Maragua luta pela manutenção de sua tradição e cultura, mas também defende a importância do indígena acompanhar a modernidade e ocupar também um espaço tecnológico e digital. Nas aldeias e comunidades indígenas, ela ministra palestras e workshops sobre a atuação indígena nas redes sociais e a importância do uso dessa ferramenta na ocupação e um novo território.

“A minha luta é incentivar os jovens a mostrar a sua cultura, a mostrar o seu conto, a sua dança, porque além de a internet ser uma arma a gente também tem que se reunir, se juntar pra mostrar e valorizar a cultura da nossa etnia. A gente está aqui pra quebrar aquele padrões de que o indígena ele é aquela pessoa que anda pelado, que não tem desenvolvimento, que não tem estudo”, bradou a guerreira.

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