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Joenia Wapichana toma posse na Funai nesta sexta-feira, 3

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A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) será presidida por uma pessoa indígena pela primeira vez desde sua criação, há 55 anos. A advogada e ex-deputada federal por Roraima Joenia Wapichana (Rede) toma posse do cargo nesta sexta-feira (3).

A cerimônia histórica será no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília (DF), a partir das 16h (horário de Brasília). O evento terá a presença de lideranças indígenas de todo país, além de autoridades e indigenistas.

Joenia se formou em Direito pela Universidade Federal de Roraima (UFRR) e tem mestrado em Direito Internacional pela Universidade do Arizona. Nascida em Boa Vista, (RR), foi a primeira mulher indígena do Brasil a exercer a advocacia e também a primeira deputada federal indígena do Brasil.

Ao comentar a crise humanitária na Terra Indígena Yanomami em entrevista exclusiva ao Brasil de Fato, Joenia disse que a Funai planeja participar de operações para expulsar garimpeiros ilegais de terras indígenas, mas ressaltou que antes precisa “reconstruir” o órgão indigenista, sucateado durante a gestão Bolsonaro.

“Logo que eu assumir a presidência da Funai, sei que vai ser um desafio muito grande e que os recursos são insuficientes. Mas nós temos que ser bastante inovadores e criativos e buscar apoio dos outros ministérios”, disse em Roraima.

Ineditismos no indigenismo 

Esse não é o único fato inédito que marca a política brasileira em 2023. A partir de agora, o Brasil tem um ministério dos Povos Indígenas (MPI), comandado por uma liderança indígena reconhecida mundialmente, Sônia Guajajara (PSOL-SP). A nova pasta passa abrigar a Funai, que antes era subordinada ao Ministério da Justiça.

Outra novidade é a mudança de nome da Funai, o órgão indigenista oficial do Estado brasileiro. A partir deste ano, a designação passou de Fundação Nacional do Índio para Fundação Nacional dos Povos Indígenas, como forma de valorizar a diversidade dos povos originários brasileiros.

A mudança era uma reivindicação do movimento indígena nacional e chegou a ser aprovada em 2022 por meio de um Projeto de Lei (PL) proposto por Joenia Wapichana, única parlamentar indígena do Congresso na Legislatura passada.

O presidente Bolsonaro, no entanto, vetou o texto sob a justificativa de que não havia “interesse público”.

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