Começa na segunda-feira (8) a campanha nacional de vacinação com foco na prevenção da poliomielite. As taxas de cobertura vacinal vêm caindo nos últimos anos.
Débora, de 2 anos, recebeu a vacina da polio no colinho da mãe. A mãe sabe da importância de manter a vacina em dia. “É muito importante os pais estarem atentos mesmo, porque é claro que existem outras doenças que são graves também. Então é necessário, sim, a vacinação. E, nós, como pais, devemos ter esse cuidado”, diz a mãe.
A vacina da polio é aplicada aos 2, 4 e 6 meses com doses injetáveis. A campanha terá essas doses e o reforço, em gotas, e será para todas as crianças de 1 a 4 anos que já tomaram as três primeiras doses injetáveis.
No ano passado, menos de 70% do público-alvo foi vacinado. Este ano, nem metade das crianças que precisam tomar a primeira dose da vacina foi aos postos de saúde.
A polio está erradicada no Brasil, que não registra casos há mais de 30 anos. Mas ela voltou em países como Israel e Moçambique.
A Organização Panamericana de Saúde alerta para a importância de a cobertura vacinal ultrapassar 95%. Caso contrário, a poliomielite poderá reaparecer.
O grupo-alvo são os mais de 14 milhões de crianças menores de 5 anos. A campanha vai de segunda-feira, dia 8 de agosto, até 9 de setembro.
Além da vacina contra a polio, os cerca de 40 mil postos em todo o país vão aplicar todas as vacinas que fazem parte do calendário de crianças e adolescentes menores de 15 anos, inclusive a da Covid.
Para que todo mundo tenha uma caderneta de vacinação, como a da Sofia. Todas as vacinas em dia. “Acho que é importante a gente tomar essas vacinas para a nossa saúde. Eu tomo desde bebezinha”, diz Sofia. A mãe, Patrícia, diz que está sempre presente nas campanhas. “Participamos de todas. Agora ela já está com 11, já diminui bastante, mas todas as campanhas que tiveram a gente participou”, relata a mãe.
Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia faz um chamado aos pais:
“A gente sabe que o vírus da poliomielite circula no mundo e, ao circular no mundo, num pulo – a gente viu com a Covid-19, estamos vendo com a monkeypox – é a chegada desse vírus novamente para circular no Brasil, se não está circulando já. Nós temos crianças, portanto, suscetíveis a desenvolver essa doença tão grave. São os pais que teriam que perceber que eles não podem submeter as suas crianças ao risco de desenvolver uma doença que pode ter sequelas a vida inteira”, explica.