A ansiedade e a insegurança profissional são desafios cada vez mais comuns no ambiente corporativo. O medo da instabilidade, a pressão por alta produtividade e a dificuldade em equilibrar vida pessoal e profissional são fatores que impactam a saúde mental dos trabalhadores. Desenvolver resiliência pode ser a chave para lidar com esses desafios sem comprometer o bem-estar.
Segundo pesquisas recentes, em uma delas realizada pela International Stress Management Association no Brasil (ISMA-BR), cerca de 72% dos trabalhadores brasileiros sentem-se esgotados mental e fisicamente, e aproximadamente 40% das pessoas economicamente ativas sofrem de Burnout.
Esse aumento está relacionado a vários fatores, incluindo a adoção do trabalho remoto e híbrido, que eliminou barreiras entre a vida pessoal e profissional, resultando em uma jornada ininterrupta.
A mentora em carreira, psicóloga Cintia Lima alerta que os sinais de ansiedade no trabalho podem ser sutis, mas impactantes. “Entre os principais sinais posso citar o cansaço constante, sonolência, dificuldade de respirar, impaciência, reclamações frequentes, isolamento social, faltas e queda de produtividade”, explica.
No contexto profissional, a resiliência é essencial para superar desafios e se manter produtivo. Ela significa superar as frustrações sem perder o foco, conseguir se adaptar às mudanças, aprendendo com as dificuldades e se mantendo produtivo, destaca Cintia Lima.
Entre os benefícios da resiliência no ambiente de trabalho estão a capacidade de tomar decisões mais assertivas sob pressão, evitar conflitos interpessoais e contribuir para um ambiente organizacional mais colaborativo.
Para reduzir a ansiedade e a insegurança profissional, é fundamental que as empresas adotem medidas eficazes. Cintia Lima destaca algumas estratégias: “Criar uma cultura de segurança psicológica onde os colaboradores se sintam confortáveis para se expressar, equilibrar a carga de trabalho e implementar programas de suporte emocional”, disse.
Além disso, práticas como mindfulness e meditação ajudam a manter o equilíbrio emocional e reduzir a ansiedade. “Elas ajudam a manter o foco e agir de forma mais racional, reduzindo o estresse do dia a dia. A liderança também tem um papel essencial na promoção do bem-estar. Eles podem identificar sinais de ansiedade nos colaboradores e oferecer suporte, criando um ambiente de confiança onde todos possam se expressar sem medo de retaliação”, conclui Cintia Lima.
Ela conta ainda que ansiedade prolongada pode resultar em sérios problemas de saúde, como hipertensão, insônia e esgotamento físico e mental. No ambiente profissional, isso pode levar a altos índices de absenteísmo, queda na produtividade e até mesmo demissões.
A insegurança em relação à estabilidade profissional também impacta diretamente a produtividade. Ela pode causar menor concentração e dificuldade na tomada de decisão, aumentando o estresse e reduzindo o engajamento no trabalho.
Para enfrentar a ansiedade e a insegurança profissional, Cintia finaliza explicando que é essencial que tanto empresas quanto profissionais invistam no desenvolvimento da resiliência. “Precisamos de ambientes de trabalho mais acolhedores, programas de suporte emocional e práticas saudáveis. É possível equilibrar produtividade e bem-estar, garantindo uma carreira mais saudável e satisfatória”, finalizou.