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Amazonense está entre as melhores mesatenistas do mundo

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Elem Silva é a 18ª melhor mesatenista do mundo na Classe 8 – para andantes – feminino simples. A amazonense de 44 anos ganhou sete posições após a atualização do ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa Paralímpico (ITTF Para, sigla em inglês) que aconteceu dia 1º de agosto. Ela soma agora 860 pontos.

A subida na colocação aconteceu após o terceiro lugar na Copa Tango, que aconteceu na Argentina no mês de julho. Elem caiu na semifinal da competição para a chilena Florencia Perez e acabou com o bronze.

Mas Elem não quer parar por aí. A amazonense espera subir ainda mais no ranking e, para isso, pretende disputar o Aberto do Brasil, que acontece em São Paulo, no mês de outubro, e o Mundial, marcado para dezembro, na Espanha.

“Consegui agora ficar entre as dezoito melhores do mundo no ranking internacional e meu nome já está no convite para o Mundial da Espanha. Graças a Deus eu consegui, né? Apesar das dificuldades que são muito grandes mesmo”, disse Elem.

A amazonense conheceu o tênis de mesa em 1994 vendo vizinhos batendo bola. Ela tentava jogar com os amigos até que procurou o esporte na Vila Olímpica. Helem gostava de jogar, mas as limitações físicas a afastaram da prática do esporte. Ela nasceu com encurtamento na perna, além de outros problemas de desgastes na lombar e artrose, o que a fez passar por 21 cirurgias na perna e na bacia. Tudo mudou quando em 2004 ela conheceu a Associação de Deficientes Físicos do Amazonas (ADEFA) e virou atleta paralímpica.

Elem é filiada ao clube AEM, mas sem dinheiro para pagar as mensalidades ela tem treinado com o técnico Israel Barreto através do projeto vinculado do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) em parceria com a Associação Desportiva Israel Barreto (ADIB). O projeto, apesar de implantado em Manaus há apenas três meses já colhe os seus primeiros frutos.

“Nestes três meses que nós começamos nós já tivemos resultados expressivos demais. Os atletas estão começando cada vez mais a despontar a nível nacional e internacional como a Elem Silva agora. E é gratificante, né? Porque por mais que nós possamos ter tudo o resultado dele sempre vai ser algo que vai nos dar condições de fazer mais e mais mesmo com as dificuldades”, explicou Barreto.

Frutos com suor

Mesmo colhendo frutos, tanto Elem quanto Barreto relatam dificuldades para conseguir chegar aos objetivos e a principal delas é a falta de patrocínio. A atleta conta apenas com o Bolsa Atleta Federal no valor de R$925, um valor baixo se for somar as despesas com viagens, inscrições, além de equipamentos.

Para jogar a Copa Tango, por exemplo, ela precisou realizar empréstimos de quase R$6 mil, além de contar com a ajuda da mãe e das irmãs para fazer rifas, vender canetas para custear a despesa que foi de passagens até inscrição, transporte e hospedagem. Na questão dos equipamentos, o recomendável é trocar borrachas das raquetes a cada três meses, o que também gera despesas.

“Se não fosse a minha mãe aqui eu já teria aberto mão de tudo e ido embora porque aqui tudo é muito mais difícil. Lá fora, minhas colegas viajam por conta do estado delas, por conta do clube delas. E aqui eu viajo tudo por conta própria e é muito pesado, entendeu?  Ai como eu vou levantar a bandeira do Amazonas nos lugares se a gente não tem ajuda para chegar lá? Eu levanto sim, mas porque ainda tenho um apoio da Bolsa Atleta, mas não cobre tudo. E para ter bolsa precisa ter resultado e aí é que está, né?”, lamentou.

‘Se parar, eu atrofio’

Apesar de todas as dificuldades e do descaso, Elem continua no esporte porque o tênis de mesa representa qualidade de vida. A prática da atividade física é como se fosse uma fisioterapia que melhora os movimentos e faz Elem ter menos dor durante o dia. Assim, de um hobby, o tênis de mesa virou um meio não apenas para conseguir resultados em quadra como também para conseguir viver melhor.

“No começo foi só um hobby. Aí conforme foi aumentando a frequência dos treinos, o meu médico disse: Helem fica no esporte, porque tu melhorou. Teu problema era grande e já diminuiu. Antes minhas limitações eram maiores, aí meu ortopedista  pediu pra não parar o esporte, porque é como se fosse uma fisioterapia. Se eu parar, eu atrofio. No ano passado teve pandemia e a gente quase não treinou no ano todinho. E eu sentia muitas dores, constantes. E agora voltando aos treinos, não”, disse Helem.

E para melhorar fisicamente e tecnicamente, Helem tem intensificado os treinos visando as competições do fim do ano que são importantes para que ela ganhe colocações no ranking. A rotina de treinos chega a cinco horas e meia. À tarde ela treina na Cidade Nova e, depois, segue para a Alvorada.

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