O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ao chegar em hotel em Dallas, que estudantes que estão protestando contra o contingenciamento da verba para a Educação são massa de manobra. Em sua opinião, eles são manipulados por uma minoria que comanda as universidades federais.
“É natural, é natural, mas a maioria ali é militante. Se você perguntar a fórmula da água, não sabe, não sabe nada. São uns idiotas úteis, uns imbecis que estão sendo usados de massa de manobra de uma minoria espertalhona que compõe o núcleo das universidades federais no Brasil”, disse ele na porta do hotel onde ficará hospedado.
Ele ainda culpou os governos anteriores pelos cortes anunciados nas últimas semanas. “Na verdade não existe corte, o que houve é um problema que a gente pegou o Brasil destruído economicamente também, com baixa nas arrecadações, afetando a previsão de quem fez o orçamento. E se não tiver esse contingenciamento, eu simplesmente entro contra a lei de responsabilidade fiscal. Então não tem jeito, tem que contingenciar”, afirmou.
Bolsonaro prosseguiu: “Mas eu gostaria que nada [fosse contingenciado], em especial na educação. A educação também está deixando muito a desejar no Brasil. Se você pega as provas, que acontecem de três em três anos, está cada vez mais ladeira abaixo. A garotada, com 15 anos de idade, na oitava série, 70% não sabe uma regra de três simples. Qual o futuro destas pessoas? Fala-se que tem muito desempregado, 14 milhões, mas parte deles não tem qualquer qualificação porque esse cuidado não teve pelo PT ao longo de 13 anos”.
Queiroz
Bolsonaro se recusou a comentar a quebra do sigilo de um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), e de membros de seu comitê, incluindo Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio.
Viagem
Bolsonaro se encontrou mais tarde com o ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush.
Ele também confirmou o almoço de amanhã no World Affaris Council de Dallas, onde receberá o prêmio “Personalidade do Ano”, da Amcham. Inicialmente, o prêmio seria entregue em Nova York, mas após protestos na cidade, declarações contrárias à visita pelo prefeito Bill de Blasio, recuo de patrocinadores e a recusa do Museu de História Natural de sediar o evento, Bolsonaro cancelou sua participação e mudou a agenda para Dallas.
“Amanhã tem o evento nosso que seria em Nova York, mas que lamentavelmente o prefeito não me quis lá”, disse ele. E completou: “Estamos sendo muito bem recebidos aqui e o objetivo da nossa viagem será alcançado: aprofundar cada vez mais os laços de amizade e também de cooperação comercial com este país que eu sempre amei desde a minha infância”.
Para ele, “o prefeito de Nova York ajudou a organizar uma ação contra uma autoridade que representa a oitava economia do mundo, mas não é isso que pensa a maioria do povo americano”.