Levantamento da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), divulgado nesta quarta-feira (27), mostra que o número de conversões de carros para Gás Natural Veicular (GNV) cresceu 74% no país no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período de 2020.
A mudança é motivada pela alta dos combustíveis. Só nos seis primeiros meses deste ano, quase 70 mil carros passaram a adotar o GNV.
Em números absolutos foram 67.487 veículos modificados em 2022, frente a 38.747 em 2020. Em 2021, primeiro ano da alta do preço dos combustíveis, o aumento no mesmo período havia sido de 86,65%.
O uso de GNV, no entanto, requer cuidados extras. Na terça-feira (26), um carro explodiu durante o abastecimento do cilindro em um posto de combustíveis na Zona Norte do Rio.
O motorista ficou gravemente ferido e chegou a ser levado ao hospital, mas morreu na madrugada desta quarta-feira (27). Uma mulher que passava pelo local também também precisou de atendimento médico, mas já teve alta.
Os frentistas não se feriram, mas disseram que a explosão foi no cilindro de gás do veículo, que estava em mau estado de conservação, enferrujado.
Aquiles Pisanelli, presidente da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção, explica que a inspeção de segurança veicular é indispensável na prevenção de acidentes.
“Todos os acidentes em carros com sistemas GNV aconteceram, comprovadamente, em veículos que estavam em situação irregular e sem as inspeções periódicas em dia”, diz.
Veja dicas para evitar riscos de acidente:
- Sair do carro e, se possível, abrir o capô e o porta-malas;
- desligar o motor, luzes e aparelho de som;
- o frentista deve conectar o dispositivo de aterramento da bomba do posto no carro, antes de o abastecimento começar;
- e a pressão máxima de GNV oferecida pelo posto deve ser de 220 quilogramasforça por centímetro – um limite de segurança determinado pela ANP.
Veículos irregulares em SP
Pesquisa inédita realizada no segundo semestre de 2021 em São Paulo mostrou que 78% dos veículos abastecidos com GNV estavam irregulares.
O estudo foi feito em postos de GNV de São Paulo e Grande São Paulo e indicou que, dos cerca de 3 mil carros que abasteceram em 37 diferentes postos, 70% nunca fizeram a inspeção inicial obrigatória e nem qualquer verificação periódica de regularidade.
Os outros 8% estavam com licenciamento ou inspeção atrasados há dois anos ou mais.
O levantamento foi feito pela Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis) e pelo Sindicato das Empresas de Inspeção Veicular do Estado de São Paulo (Sivesp).