O vereador e deputado federal eleito pelo Amazonas Amom Mandel (Cidadania) denunciou, durante a sessão plenária desta segunda-feira (31/10), um possível esquema de desvio de dinheiro público da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), o famoso “Cotão”, por parte de outro vereador.
Segundo dados obtidos na justiça eleitoral sobre a titularidade de perfis falsos utilizados para espalhar fake news, Laryssa da Silva Pinheiro Brasil, que recebeu mais de R$ 50 mil da Câmara Municipal de Manaus (CMM) através de duas empresas diferentes, foi a responsável, entre outras coisas, pelo perfil “@agora.manaus.am”, que foi condenado pela publicação de conteúdo difamatório e calunioso nas decisões consultadas. O dinheiro foi destinado pelo vereador Rodrigo Guedes (Republicanos) através do “cotão”. Laryssa tem ligação com outras empresas que também foram pagas pelo vereador para prestar o mesmo serviço. Ao todo, mais de R$ 80 mil foram pagos com dinheiro público para as empresas. A revelação dos mantenedores do perfil falso foi revelada numa ação judicial movida pela deputada estadual Joana Darc (União Brasil).
Em 2021, Rodrigo Guedes protagonizou, ao lado de Amom Mandel, uma série de denúncias envolvendo justamente o “cotão”, a verba utilizada por Guedes para o pagamento das empresas. Amom foi o único vereador a abdicar totalmente do uso do dinheiro.
Múltiplas empresas
Na análise detida dos dados disponíveis quanto à utilização do Cotão por parte de Rodrigo Guedes, nota-se o pagamento de duas empresas diferentes com o mesmo nome (“ONDE”) e uma terceira empresa, “Safadeza Publicidade e Eventos”, que consta no portal da transparência como “Future Serviços”. Duas têm Laryssa como sócia-administradora e a outra tem como sócio-administrador uma pessoa com o mesmo sobrenome.
“Eu quero acreditar que esse tipo de atividade criminosa da empresa não seja de conhecimento do vereador, mas se for, é uma denúncia grave. Difícil acreditar em tantas coincidências e tantas empresas diferentes relacionadas à mesma pessoa pagas com essa verba. Encaminharei à Comissão de Ética da Câmara Municipal e espero que sejam apuradas as denúncias. Eu não faço denúncias sem ter provas. Nós embasamos o dossiê com as devidas provas e espero que a verdade venha à tona. Que os indícios sejam apurados e, se forem desmentidos, serei o primeiro a receber o vereador de braços abertos”, disse Amom.