O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (28), após o recuo do PIB dos EUA no segundo trimestre e a decisão do banco central dos Estados Unidos em relação à taxa de juros.
A moeda norte-americana recuou 1,66%, vendida a R$ 5,1633. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,1598. Veja mais cotações. Trata-se do menor patamar de fechamento desde 21 de junho (R$ 5,1547).
No dia anterior, a moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 5,2502, em queda de 1,85%. Com o resultado desta quinta, passou a acumular queda de 6,03% na semana e 1,33% no mês. No ano, tem desvalorização de 7,38%.
O que está mexendo com os mercados?
O Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos recuou 0,9% no segundo trimestre. Foi o segundo trimestre seguido de baixa: no primeiro trimestre, a economia do país teve uma queda também anualizada de 1,6%, na primeira retração desde a recessão do início da pandemia, há dois anos. No 4º trimestre de 2021, a economia dos EUA cresceu a um ritmo robusto de 6,9%.
Os mercados avaliaram ainda a decisão de política monetária do Federal Reserve (BC dos EUA). Na véspera, o Fed voltou a aumentar a taxa de juros do país em 0,75 ponto percentual, para uma faixa de 2,25% a 2,5%.
Taxas de juros mais elevadas nos Estados Unidos tendem a reforçar o fluxo de dólares para aquele país, fazendo a cotação da moeda subir em relação ao real. A avaliação, no entanto, é que a alta veio em linha com o esperado – investidores temiam que a taxa poderia ser elevada em 1 ponto percentual.
Além disso, houve algum reconhecimento de desaceleração da economia norte-americana. E em coletiva de imprensa o chefe da instituição, Jerome Powell, afirmou que em algum momento a magnitude do aperto nos juros diminuirá, esvaziando apostas até mesmo de nova alta de 0,75 ponto.
Ainda assim, o Fed reforçou compromisso em levar a inflação à meta de 2%, buscando um pouso suave para a economia – o que aliviaria temores de recessão por trás do mau humor dos mercados nas últimas semanas.
Na cena local, permanecem no radar de investidores temores sobre a credibilidade do Brasil, que foi abalada recentemente por uma emenda constitucional que amplia e cria uma série de benefícios sociais, prevendo despesas fora do teto de gastos a apenas alguns meses das eleições presidenciais.