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Instituição oferece atendimento psiquiátrico gratuito em Manaus

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Manaus – Durante a campanha ‘Setembro Amarelo’, Instituição de ensino médica está ofertando atendimento gratuito na especialidade de psiquiatria em Manaus. As consultas fazem parte das atividades práticas dos cursos de pós-graduação e acontecem todo mês, conforme a programação de aulas, na sede da Afya Educação Médica, que fica na avenida André Araújo, 2767, bairro Aleixo.

As pessoas que precisarem de atendimento podem entrar em contato pelo número (92) 99379-9297. É necessário apresentar encaminhamento do Sistema Único de Saúde (SUS) ou do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS). Além de Psiquiatria, a Afya Educação Médica oferece em Manaus atendimento em outras cinco especialidades: Neuropediatria, Nutrologia, Dermatologia, Endocrinologia e Pediatria Geral.

A diretora da unidade Manaus, Suelen Falcão Gonçalves, explica que o atendimento aos pacientes é realizado pelos médicos que cursam a pós-graduação junto com os professores do curso. “Essa é uma oportunidade de os alunos terem contato direto com casos reais, nas especialidades que estão estudando. Em contrapartida, a população recebe atendimento médico especializado de qualidade e sem custos”, afirmou.

Ela acrescenta que o curso de Psiquiatria foi lançado recentemente e que os primeiros atendimentos à comunidade iniciaram neste mês de setembro. “Estamos no mês de alerta para a prevenção do suicídio, situação considerada o estágio final de um sofrimento ocasionado por doenças como a depressão. Por isso, nada mais significativo do que dar a nossa contrapartida à população, ofertando atendimento com profissionais da área da saúde”, destaca.

Setembro Amarelo

A depressão é um transtorno mental grave que afeta mais de 300 milhões de pessoas em todo o mundo, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). É caracterizada por um sentimento de tristeza persistente, sendo um dos principais fatores de risco para o suicídio, que chega a ser 25 a 30 vezes maior nas pessoas deprimidas do que na população em geral.

Esses números alarmantes despertam a atenção da OMS sobre a necessidade de criar estratégias de combate contra o suicídio, um terrível desfecho, porém passível de prevenção.

Segundo o coordenador do curso de Psiquiatria da Afya Educação Médica, Júlio César Vieira, os profissionais de saúde devem reconhecer os fatores de risco para o suicídio como forma de intervir nesse evento autodestrutivo.

O primeiro passo, diz ele, é identificar um transtorno mental. Nos estudos de autópsias psicológicas, cerca de 90% das pessoas que morreram por suicídio sofriam de transtornos mentais. No Brasil, 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais, destacando-se em primeiro lugar a depressão, seguida do transtorno bipolar e do abuso de substâncias.

No Brasil, o suicídio é a quarta causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos. Nos casos em menores de 14 anos, houve um aumento de 113% de 2010 a 2013. Todavia, as maiores taxas de suicídio são de idosos. Segundo o Ministério da Saúde, em 2018, a taxa média de suicídio dos idosos acima de 70 anos foi de 8,9 mortes por 100 mil, nos últimos seis anos, sendo a taxa média nacional de 5,5 por 100 mil no período.

De acordo com o coordenador, um ponto importante na discussão sobre o risco de suicídio é a relação com a saúde do trabalhador. Algumas categoriais profissionais apresentam maior risco de morte por suicídio do que a população em geral, por serem mais frequentemente submetidas a uma maior pressão por cumprimento de metas, pela sobrecarga com horas excessivas de trabalho, por passarem por eventos traumáticos, terem fácil acesso a meios letais e, também, pela intimidação e diversas formas de assédio que são submetidos.

Ele reforça que o suicídio é um agravo de saúde pública que todo profissional de saúde, principalmente o médico, deve estar preparado para reconhecer e conduzir ao tratamento adequado. “O suicídio é uma questão complexa, que exige uma conscientização pública para a redução do estigma em relação aos transtornos psiquiátricos, facilitando o acesso aos serviços de saúde mental”, observa.

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