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Mulheres Indígenas do Caprichoso: Suraras do Tapajós ecoam brado do povo guerreiro

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O álbum “O brado do povo guerreiro”, do Boi Caprichoso para a temporada 2023, contará com a presença da Associação das Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós. O boi negro de Parintins se une à luta do grupo feminino para fazer ecoar o coro uníssono em defesa das mulheres e dos terrítórios tradicionais da Amazônia. O anúncio ocorre na Semana de Luta dos Povos Indígenas. Elas terão participação especial na faixa “Suraras do Beiradão”.

Além da defesa do território e do combate à toda forma de violência e discrinação contra mulheres indígenas, as Suraras do Tapajós encontraram na música, uma ferramenta de luta. De acordo com a presidenta da associação, Val Munduruku, as melodias fazem com que novos espaços sejam alcançados.

“Por meio da música, nós conseguimos levar ainda mais longe nossa voz, alcançando lugares que sem ela jamais conseguiríamos chegar. Então a arte é para nós um importante brado de resistência, de esperança, pois agrega autonomia para nosso grupo e gera um protagonismo feminino indígena na Amazônia”, ressalta.

A diretora cultural da Associação, Gilvana Borari, comenta sobre o convite para integrar o projeto musical do Caprichoso neste ano. “É uma honra muito grande para nós, pois nós sabemos o quanto o Caprichoso envidencia e fortalece a luta dos povos indígenas nas suas apresentações. E nós vamos para representar todas as mulheres indígenas, todas nossas lutas contra o feminicídio e em defesa de nossos territórios. Estamos aqui para fortelecer esse brado do povo guerreiro”, exclama.

Suraras do Tapajós

O termo “Surara” em Nheengatu significa Guerreira ou Guerreiro. De acordo com a presidenta das Suraras do Tapajós, Val Munduruku, o grupo tem como missão combater toda forma de violência e discrinação contra mulheres indígenas. “Nós trabalhamos com empoderamento político e econômico das mulheres, além de atuar para contribuir com a autoestima do público feminino indígena. Temos ainda uma luta muito forte em defesa de nossos terrirórios, sempre sob o olhar da mulher indígena”, destaca.

No campo cultural, a associação desenvolve projetos que trabalham a valorização e o protagonismo dos artistas indígenas da região Norte. Um exemplo foi a realização do 1º Festival de Música Indígena da Amazônia (FEMIA), realizado em junho de 2021. Em 2022, as Suraras do Tapajós também se apresentaram, de maneira virtual, no Rock in Rio e puderam destacar pautas como o fortalecimento da identidade indígena, por meio da música nativa.

O presidente do Caprichoso, Jender Lobato, revela a importância da participação das Suraras no álbum do bumbá desta temporada. “Nós temos esse compromisso com o território amazônico e nada mais justo trabalhar de maneira coesa com os grupos que empunham essa luta todos os dias. É uma honra muito grande tê-las com a gente e eu não tenho dúvidas que as Suraras do Tapajós vão nos ajudar a fazer ecoar ainda mais longe esse brado contra toda forma de violência e destruição do território amazônico”, afirma.

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