O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), criticou nesta quinta-feira (22) a manutenção da taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 13,75% pela sétima vez seguida. De acordo com ele, além de prejudicar a atividade econômica, inibir o investimento, dificultar o comércio e causar prejuízo à indústria, a decisão do Banco Central tem impacto nos gastos públicos. “Quase metade da dívida pública brasileira é ‘selicada’. Então, cada 1% da taxa Selic custa R$ 38 bilhões. Não há nada pior que uma Selic desnecessariamente elevada,” afirmou.
A Selic é o principal instrumento de política monetária do Banco Central no controle da inflação no país. O patamar atual é o maior desde o início, em 2017. A taxa ficará vigente por ao menos 45 dias, quando os membros do Comitê de Política Monetária (Copom) voltam a se encontrar para discutir a política econômica nacional.
Para o presidente em exercício, é difícil entender as razões por que o órgão manteve a taxa de juros nesse patamar. “Em 2020, a inflação era maior — hoje está em 3,9%. A inflação [em 2020] era um pouco acima de 4%, e a taxa Selic era 2%. Tinha juro negativo de 2%. Inflação de 4%, taxa Selic de 2%. É claro que em determinados momentos você tem que subir. O problema é manter por tanto tempo”, questionou.
Nesta quinta-feira, houve alta das taxas dos contratos futuros de juros no Brasil. Isso porque o Banco Central não sinalizou claramente, no comunicado do dia anterior, a intenção de cortar a Selic em agosto.