Redação – A Polícia Federal (PF) disse nessa terça-feira, 15, que 25 pessoas morreram na embarcação encontrada à deriva no na cidade de Bragança, no litoral do Pará no fim de semana. O grupo era formado por imigrantes de países africanos.
A suspeita é que todos eles morreram de fome ou de sede. A corporação agora trabalha em conjunto com a Polícia Científica para identificação dos corpos.
Ao todo, nove corpos foram encontrados no sábado, 13, por pescadores. Oito estavam na embarcação e um próximo a ela. A PF ainda não sabe o que aconteceu com os outros 16 corpos que não foram achados. Os agentes afirmaram terem encontrado 25 capas de chuva dentro do barco, sendo 23 idênticas verdes e duas amarelas.
Documentos e objetos achados próximos aos corpos indicam que as vítimas eram migrantes da Mauritânia e do Mali. Porém, não é possível descartar a existência de pessoas de outras nacionalidades.
Em entrevista divulgada pela assessoria de imprensa da PF, o superintendente da corporação no Pará, José Roberto Peres, disse que foram encontrados documentos que indicaram que o barco saiu do continente africano em 17 de janeiro.
“Ainda não temos [causa da morte], esse trabalho começa agora. Corpos estão vindo para Belém e um trabalho minucioso de perícia começa hoje [terça] e deve se estender até o final de semana“, disse o superintendente da PF.
“Ali vai ser identificado a causa mortis, que provavelmente foi a falta de alimento e de água“, acrescentou.
Os policiais adotam protocolos de identificação de vítimas de desastres da Interpol. A investigação também tenta verificar a origem dos passageiros, a causa e o tempo estimado das mortes.
O resgate teve a participação da Polícia Federal, Marinha do Brasil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Científica, Defesa Civil, Grupamento Aéreo de Segurança Pública do Pará, Defesa Civil do Pará, Guarda Civil Municipal, Departamento Municipal de Trânsito de Bragança e Prefeitura de Bragança.
As ações de busca e resgate da embarcação começaram às 7h de domingo, 14. A operação terminou às 23h30, quando a equipe chegou no porto de Vila do Castelo, uma comunidade de pescadores na zona rural do município.
Com informações da Agência Cenarium