Uma clara demonstração de grande preconceito contra a BR-319 é o artigo denominado “A estrada para o inferno”, assinado por Márcio Astrini, do Observatório do Clima. No artigo, o especialista fecha os olhos e desanca a concessão da licença prévia que permitirá a deflagração do processo licitatório visando a repavimentação, ou asfaltamento, da rodovia.
Com viés antibolsonarista, Márcio classifica a licença prévia como mais um escândalo ambiental do governo Jair Bolsonaro, acusando-o de incentivar o processo de revitalização da BR com o sacrifício do mais importante bloco de florestas preservadas da Amazônia.
Lamentavelmente, o especialista analisa o processo de modo equivocado, ignorando, por exemplo, que o escândalo ambiental a que se refere já existe na região e está sendo radicalizado com a conivência dos que politizam a questão do Trecho do Meio, de 405 quilômetros, sem atentar para o desastre ambiental perpetrado com a abertura de ramais ao longo da BR.
Segundo dados do Observatório BR-319, são 1.593 quilômetros de estradas vicinais abertos, bem maior que a rodovia, que possui 885 quilômetros. Os ramais correspondem aos municípios de Canutama, Humaitá, Manicoré e Tapauá, situados nas regiões do Purus e Madeira.
Ora, o pior já aconteceu, sendo, portanto, racional constatar que justamente a repavimentação do Trecho do Meio ajudaria a frear o processo de destruição da área, pela infraestrutura de manutenção e fiscalização da rodovia que seria implementada. Em pleno funcionamento, a rodovia teria que contar com o aparato devido para evitar o desequilíbrio ambiental e ser exemplo para o mundo.