As ações desencadeadas pelo sistema de segurança e as novas estratégias determinadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM) puxaram a redução de indicadores de criminalidade nos dois primeiros meses do ano. Em Manaus, o número de latrocínios, que é o roubo seguido de morte, acumula queda de 50%, em janeiro e fevereiro, e é o menor para o período dos últimos cinco anos.
Responsável pela investigação dos casos, a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), da Polícia Civil, prendeu 11 pessoas pela autoria desse tipo de crime nos dois primeiros meses de 2019. No bimestre, a capital registrou seis mortes por latrocínio – número igual ao de 2015. No mesmo período de 2018, foram 12 mortes com essa característica, conforme indicadores da SSP-AM. No ano passado, 44 pessoas foram presas por este crime em Manaus.
A redução da criminalidade é reflexo da nova política de segurança pública determinada pelo governador Wilson Lima e executada pelo secretário de Segurança, coronel Louismar Bonates. Em dois meses, houve aumento de abordagens policiais na capital e no interior, e as operações integradas de segurança foram intensificadas. Nove grandes operações foram realizadas, com 343 prisões, 27 adolescentes apreendidos, 27 armas de fogo capturadas, além de drogas e veículos com restrição de roubo e furto.
Para o delegado titular da DERFD, Guilherme Torres, a redução significativa nos crimes contra a vida e ao patrimônio reflete o trabalho integrado das Polícias Civil e Militar. “Dos últimos anos, 2019 apresentou os menores índices. Em janeiro tivemos uma redução de 60% e, em fevereiro, de 42,9%. Isso é fruto de um trabalho em conjunto, a Polícia Militar fazendo essa parte ostensiva, preventiva dos locais indicados pelos organismos de Inteligência onde tem a mancha criminal maior, e a Polícia Civil investigando”, afirmou.
Segundo o delegado, a resposta rápida da polícia também tem surtido efeito na repressão ao crime. “O latrocínio tem a pena maior no Código Penal, com condenação de no mínimo 20 anos de cadeia. O latrocínio é um crime contra o patrimônio, então, normalmente, o ladrão vai para subtrair um bem, algo patrimonial, e acaba matando. Quando um grupo de dez pessoas pratica um assalto, um deles atira e mata uma pessoa, todos vão responder pelo latrocínio”, disse Torres.
Alerta – Tentar manter a calma e não reagir é a medida mais aconselhada em casos de roubos, segundo Guilherme Torres. Na maioria das vezes, na tentativa de desarmar o bandido, o cidadão acaba levando a pior.
“O ladrão não tem regra de segurança. Ele coloca o dedo no gatilho e, por vezes, no susto ou por pura maldade, faz o disparo. A única solução é tentar manter a calma e não reagir jamais. Após o fato, a vítima deve procurar a Delegacia mais próxima para registrar o Boletim de Ocorrência e dar as informações para que a polícia elucide o crime e prenda os autores”, enfatizou o titular da DERFD.